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Sustentabilidade X Competitividade - CONSIDERAÇÕES SOBRE EFICIÊNCIA E AUDITORIA ENERGÉTICA

Sustentabilidade X Competitividade - CONSIDERAÇÕES SOBRE EFICIÊNCIA E AUDITORIA ENERGÉTICA
Luciana Müller - Escola de Sustentabilidade
set. 13 - 5 min de leitura
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"NÃO EXISTE AÇÃO SENSATA PARA O USO RACIONAL DE ENERGIA QUE NÃO TENHA ECONOMICIDADE".

A substituição de energia por conhecimento e informação, de modo a reduzir os desperdícios e melhorar o desempenho dos sistemas energéticos, é cada vez mais relevante.

Isso, devido a questões energéticas, como a crescente limitação da oferta de energia a baixos preços, ou a questões de caráter ambiental, porque associado inevitavelmente às perdas e desperdícios de energia, existem impactos ambientais, como poluição atmosférica e dos recursos hídricos.

No presente cenário da oferta de energia, restrições de ordem financeira e ambiental se conjugam de modo a incrementar os custos energéticos e configuram perspectivas preocupantes de descompasso entre as disponibilidades e as demandas energéticas, ampliando significativamente a importância do uso racional de energia.

Trata-se de uma via relativamente ainda pouco explorada e com interessantes possibilidades.

Muitas empresas vem adotando estrategicamente o uso racional de água e energia para se tornarem mais competitivas no mercado, devido a diminuição dos custos de produção.

A auditoria energética é, efetivamente, o primeiro e essencial passo nesta direção.

O que é auditoria energética?

É a análise sistemática dos fluxos de energia em um sistema particular, visando discriminar as perdas e orientar um programa de uso racional de insumos energéticos. Constituem um instrumento essencial de diagnóstico preliminar básico para obter as informações requeridas para a formulação e acompanhamento do programa de redução de desperdícios de energia. O principal objetivo da auditoria energética é racionalizar o uso da energia no ambiente empresarial.

As principais dificuldades das auditorias energéticas no Brasil são de ordem cultural e não tecnológica. A maioria das empresas não faz um acompanhamento sistemático de seu consumo energético porque isto é considerado irrelevante, porque não possui pessoal capacitado ou porque sua administração não alcança a dimensão desta problemática e nem sabe como resolvê-la.

Outra questão é a postura defensiva dos empresários quando o assunto é eficiência energética ou conservação de energia, que surge de uma auto-estima ou de um zelo exagerado pela imagem da empresa e pela ausência de autocrítica, pois por mais modernas que sejam as tecnologias SEMPRE É POSSÍVEL GASTAR MENOS.

Outro argumento equivocado é relacionado ao seu custo, muito elevado e de retorno difícil. De fato é preciso ir além da auditoria e seguir as prescrições, sempre pautadas em indicadores econômicos. Não se recomendam projetos com prazos de retorno superiores a 24 meses, existem diversas possibilidades de ação com elevada rentabilidade em curtos intervalos de tempos como semanas.

Passar a usar bem a energia é um investimento rentável, de baixo risco, que vem estimulando parcerias entre empresas e consultorias especializadas em conservação de energia, as chamadas ESCOs (Empresas de Serviços de Conservação de Energia).

Outra falácia tem a ver com os presumidos nexos entre consumo energético e qualidade do produto ou consumo energético e produtividade. A redução da demanda de energia não afeta o volume de produção e a qualidade do produto. Economizar energia é inteligente.

As etapas de um programa de uso racional de energia são: Identificar > Quantificar > Modificar > Acompanhar. As etapas Identificar/Quantificar englobam a auditoria energética. Estas etapas são válidas tanto para instalações novas, em caráter preventivo, quanto para instalações já existentes, em caráter corretivo.

Perguntas a serem respondidas: Quanta energia está sendo consumida? Quem está consumindo energia? Como se está consumindo energia, com qual eficiência?

Atividades para efetuar uma auditoria energética (Nogueira, 1990):

1 – Levantamento de dados gerais da empresa

2 – Estudo dos fluxos de materiais e produtos

3 – Caracterização do consumo energético

4 – Avaliação das perdas de energia

5 – Desenvolvimento dos estudos técnicos e econômicos das alternativas de redução das perdas

6 – Elaboração das recomendações e conclusões

Os principais desafios em auditoria energética são: esclarecer, difundir e provocar atividades pioneiras e reproduzíveis em auditagem energética. O sucesso de iniciativas bem conduzidas leva outros a trilharem os mesmos caminhos.

Para tanto, são necessários alguns cuidados como: se atentar ao realismo no reconhecimento dos limites a atingir e especial cuidado no estabelecimento de metas compatíveis com a disponibilidade de recursos materiais e humanos. Humildade para reconhecer que promover a eficiência energética é um processo, uma postura sujeita a recaídas e nunca uma conversão milagrosa ou uma rápida vitória. Essa luta apenas se inicia com a auditoria energética, mas o início é metade da façanha!

Estas informações foram retiradas do livro Conservação de Energia - eficiência energética de equipamentos e instalações, divulgado no site da Procel.

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