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Grupo Wood’s

Grupo Wood’s
Charles Bonissoni
out. 8 - 6 min de leitura
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Faltando apenas dois anos de chegar à melhor idade da vida, os famosos quarenta anos, Charles Bonissoni tem o espírito baladeiro, alegando que sempre foi assim e espera sempre ser. A maioria das pessoas se acomoda e quer envelhecer. Ele não quer e disse que não vai envelhecer, nunca.

Charles demonstrou que a faísca do empreendedorismo sempre esteve dentro de si. Segundo conta dona Palotina – sua mãe –, com apenas cinco anos após ir um macro atacadista e avistar balas enfileiradas, que vinham com brindes de bichinho, percebeu que se adquirisse toda a caixa e vendesse para seus colegas com apenas três ou quatro fileiras de bala conseguiria pagar por toda a caixa e ainda ficaria com os brindes para ele. Charles brinca sobre este ter sido seu primeiro empreendimento.

Ao contrário de muitos adolescentes que só estudam e dependem dos pais, Charles começou a trabalhar cedo, aos 13 anos, ajudando a prover seu próprio sustento. Permaneceu trabalhando com o senhor Adilson, – seu pai – até os 18 revendendo máquinas agrícolas. Recebia meio salário mínimo e precisava usar parte desse salário para se locomover até o trabalho. Certa vez reclamou e seu pai prontamente respondeu:

“Não está gostando? Pode ir embora. A empresa não precisa de você aqui, quem precisa dela é você”.

Demorariam mais de dez anos para Charles entender a mensagem, que na época pareceu muito dura. Durante sua experiência na empresa passou por todos os setores, mas a área que mais gostou foi a área de T.I., embora hoje não trabalhe com nada relacionado, o desejo por essa área voltou a aflorar há alguns anos atrás quando Charles passou a colocar em prática esse conhecimento com análise de dados, inteligência artificial, etc.

Após a experiência na empresa da família iniciou sua aventura no empreendedorismo. Experimentou diversos modelos de negócios, foi sócio em agências de publicidade, venda de gás, transportadora, leilões de um centavo e de jóias na TV e até mesmo uma clínica de estética. Sobre a diversidade de seus empregos, seu pai e grande conselheiro, ainda lhe falou:

“Não sente em muitas cadeiras, sente em uma de cada vez”.

As coisas não foram aconteceram do jeito que Charles imaginava, algumas tiveram mais sucesso, outras menos. Mas nos últimos seis anos para Charles Bonissoni decidiu escutar seu pai e se livrar da vida multitarefas, focando em um único negócio: a Wood’s. Ou grupo WDS, que hoje conta com uma estrutura forte e tem mais de 20 empresas (grupo de formatura, tecnologia, radio e etc.) atendendo tanto o próprio grupo WDS quanto outros mercados externos e internos. Charles conta que o negócio começou com mais sócios, mas atualmente tem cinco:

“Ou você aprende a se relacionar, ou a sociedade não existe. O sucesso para as poucas discussões é a máxima: cada um cuida da sua área e um não se mete na área do outro. Desse jeito eles continuam tendo um bom relacionamento e cada um respeita o espaço do outro.”

Logo no início do empreendimento Charles previu que eles teriam duas dificuldades: uma quando sobrasse dinheiro e outra quando faltasse dinheiro. Quando sobrou, como os sócios eram jovens, passaram a gastar mais do que deviam e abriram torneiras de formas desnecessárias, gastando com coisas que não eram essenciais no momento. Essas torneiras foram fechadas diante das dificuldades que apareceram, pois quando falta dinheiro você precisa ter de cortar da própria carne. Apesar da experiência, Charles diz que preferia que tivesse faltado mais no início, para ter aprendido antes com os erros. O negócio havia dado muito certo no primeiro ano, mas eles não estavam preparados, e sempre vem às palavras do Sr. Adilson: “Vai demorar uns 15 anos para (você) ficar pronto”. Em suas palestras para empreendedores Charles sempre fala:

“Defina quem são os seus ídolos, busque seus espelhos, pode ser o Steve Jobs ou o Sr. Chico da padaria que acorda todo dia as seis da manhã para trabalhar, defina bem, se espelhar em alguém é sempre bom”.

Ele se espelha em seu próprio pai, é claro, e em todos os sócios dele: “O Eduardo no jeito de ser “faca na bota”, coração lá na frente, agarra as coisas que vai fazer. O Bruno na forma fria de analisar e fazer as coisas sem medo de falar. E descreve seu sócio investidor Valdécio como “um ótimo organizador”. Para Charles:

“Você deve prestar contas para o seu próprio negócio, deve ter a cobrança em cima de si mesmo. Mesmo que você não queira ter um investidor, cobre de si mesmo. Sem um empreendedor e sem um bom gestor, a sua empresa não funciona. Não adianta ter alguém atualizando a empresa o tempo todo e não ter ninguém gerenciando isso”.

O grupo Wood’s é uma potência nacional e já está presente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Pará, Tocantins e Rio de Janeiro.

Cada empresa tem sua gerencia local, que funciona como se fosse uma franquia, mas não se encaixa como uma, pois cada negócio tem suas próprias variáveis. A crise também afetou muito o grupo, pois segundo nosso entrevistado o mercado de entretenimento geralmente é o primeiro a sofrer, porque as pessoas que optam por gastar menos pois necessidades básicas vem primeiro, diversão depois. Sobre a concorrência Charles diz que sempre vai existir, e é normal, acrescentando que o empreendedor precisa se reinventar, pois:

“Sempre haverá outras opções, a Wood’s tem que trazer um diferencial, trazer os clientes antigos para reviver algo, e também inovar em busca de novos clientes”.


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